O diagnóstico já foi realizado por vários médicos reputados nos últimos anos - alguns dos sintomas mais graves apresentados pelo paciente são partidocracia multi-resistente, corrupção crónica, clientelismo endémico e troca de favores com derrame de recursos colectivos.
Passadas 33 Primaveras, faz-se tempo de prescrever a receita e iniciar o tratamento, sob pena da doença se tornar crítica e o paciente não atingir, sequer, a crise da meia-idade.
12 comentários:
Se tivermos em consideração os 50 anos anteriores a estes 33, digo - com toda a certeza - que estamos bem melhor. Vocês, o clubinho do fascismo fashion, cada vez mais me dão vontade de rir...
Continua assim, a comparar uma democracia no século XXI com uma ditadura do século XX,se preferes ficar de consciência apaziguada com o status quo. Quem está no poder (alguns há mais tempo do que Salazar esteve) agradece - o país é que fica a perder.
p.s. - essa carapuça do fascismo, fashion ou ultrapassado, não assenta na minha cabeça. E tu sabes disso, por isso escusas de tentar enfiar-ma.
A não ser que gostes de rir por seres patetinha.
No poder há mais tempo que Salazar esteve? Quem? De momento não me lembro de nenhum, mas pode haver...
Quanto à dita carapuça... meu amigo, peço desculpa. Esqueci-me que o teu sentido de humor é muito abrangente, mas só quando és tu a fazer a piadinha... certas poses em certas fotos são de um humor pior que o dos batanetes... ou então não são humor, são amor.
Se fores à lista dos "dinossauros autárquicos" encontrarás vários exemplos de eternização do poder, "legitimado" pelo voto, é certo, mas cujo desempenho é tudo menos democrático.
Batanetes?! Isso é o nome de alguma das bandas que costumam abrir os concertos do teu camarada Andrei Sardetov?
p.s. - o "certas poses em certas fotos" é demasiado específico para eu rebater.
Em traços gerais, concordo com os argumentos do Vigilante.
Portugal é um país mais justo, mais rico, mais organizado e mais equilibrado? É, inequivocamente. Nem aceito discussões sobre isto, de tão óbvio que é.
É evidente que determinados sectores, mesmo mais evoluídos e apetrechados do que há 33 anos atrás, precisam de um remake urgente. Refiro-me aos sectores da Justiça e da Educação, sobretudo estes.
Peço desculpa HR, mas se o «desempenho» de alguns «dinossauros autárquicos» tem sido tudo menos «democrático», o que é um facto indesmentível, diga-se, não se deve ao "sistema" - que eu saiba, o "sistema" propiciou alternativa, livre associação e opinião, informação ao alcance de todos, por isso, só não mudaram porque... não quiseram.
Os batanetes já só fazem as primeiras partes dos depeche mode e da adriana calcanhoto, do sardet quem faz são os 4taste.
"certas poses em certas fotos" - Mms com fotozinha macaca a dizer "24 de abril sempre", piadinha em parelha com o outro que consegue ser mais patetinha que tu nessas "brincadeirinhas fascistas". Estas esclarecido ou precisas que te mostre as fotos? Posso até fazer posta...
Edson, Portugal é hoje mais rico e mais organizado? Parece-me discutível, mas o meu post nem sequer vai por aí.
Quanto a sectores que necessitam de remake urgente, como tu lhe chamas, a educação e a justiça são dos que mais mudanças (muitas delas incongruentes e com resultados negativos) têm sofrido nas últimas décadas - e quem procede às alterações é o poder legislativo.
Quanto à alegação de que o "sistema" propiciou alternativa, livre associação e opinião, informação ao alcance de todos, por isso, só não mudaram porque... não quiseram - bem, não é bem assim, pelo menos tendo em conta que os partidos desconfiam da sociedade civil como tu desconfias das capacidades técnicas do Fernando Santos e que o poder político apenas pede a intervenção popular na hora das eleições. E há outros factores a levar em conta, como o facto de muitas das câmaras serem os maiores empregadores municipais, sendo que a natureza humana é avessa a morder a mão de quem lhe dá de comer...
Vigilant, venha de lá então essa posta. E já agora, podes referir quem te enviou os mms e quais eram os respectivos textos. Assim posso saber se o grave crime de que me acusas corresponde (ou não) à verdade.
Pela resposta que deste ao Edson, não me parece que seja um "grave crime" na tua perspectiva.
E pelo mesmo motivo, não te dou mais troco. O que tu queres sei eu...
Ok, já percebi que para vocês tudo está bem no Reino da Dinamarca, logo não há razões para críticas nem motivos para preocupações. Continuam a florir rosas (neste caso, cravos) sem espinhos no nosso cantinho à beira mar plantado.
Ó HR, fénix, ainda na 6ª feira estive a ver, naquele programa do António Barreto, imagens dos anos seguintes ao 25.04.74... enfim, poderia ser, facilmente, uma transposição do bairro do Sambizanga ou do Palanca, em Luanda.
Esgotos a céu aberto, proliferação de doenças, crianças sem escola, sem água e sem luz. Um cenário que dificilmente encontrarás, hoje por hoje.
Desde 74 até 2007, o rendimento per capita aumentou brutalmente, a mortalidade infantil desceu de 'uma das mais altas do mundo' para 'uma das mais baixas do mundo', o nível de escolaridade subiu em flecha (apesar de tudo), Portugal é hoje um país perfeitamente integrado no "Primeiro Mundo" seja lá o que isso for (actualmente é o 28º no índice de desenvolvimento humano, que analisa dados de 177 países).
São factos.
Por isso, na minha opinião, é um país com tiques de novo-rico: brega, com dinheiro, mas tacanho e sem visão estratégica. O que vejo a partir de fora é um país acomodado e refastelado na chaise-longue-de-500-dólares-em-frente-ao-plasma-de-400-dólares.
É evidente que há sempre espaço para melhorar e existirão, sempre e em qualquer altura, vários espinhos no caminho. Portugal é um país que tem uma boa qualidade de vida e, sem que eu perceba bem porquê, 'os portugueses' não têm consciência desse facto. Reclamam, barafustam, maldizem tudo e todos (mas continuam refastelados na chaise-longue-de-500-dólares-em-frente-ao-plasma-de-400-dólares).
P.S. - Neste momento tenho ao aqui lado o meu colega Bernardo, que vive em Viana (localidade a cerca de 20 km do centro de Luanda), e que faz 40 km por dia, A PÉ - porque a estrada está desintegrada («parece papa», segundo ele), para vir trabalhar.
Sai de casa às 5 da manhã e chega às 19 - suspeito que deve ganhar à volta de 700 dólares. Na mesma situação encontram-se milhares de trabalhadores - e a maior parte ganha bem menos do que o Bernardo, que é fotógrafo.
Já viram bem a vida (?) destas pessoas?
Edson, em traços gerais estamos de acordo.
No cômputo geral evoluímos bastante nas últimas décadas, embora essa imagem do "país acomodado e refastelado na chaise-longue-de-500-dólares-em-frente-ao-plasma-de-400-dólares" não corresponda minimamente à realidade - a não ser que acrescentes, em boa parte dos compradores desses produtos de luxo, que os mesmos recorreram ao crédito, aditando mais uma dívida ao rol.
A minha perspectiva é precisamente a de que o espaço para melhorar é superior ao ao caminho percorrido de 74 até aqui - por isso é que em Portugal, como em Angola, milhares de trabalhadores (muitos com salários inferiores a 700 €) saem de casa de madrugada para regressarem à noite. Não se deslocam a pé porque não estamos em África, mas passam boa parte das suas vidas no trânsito, em engarrafamentos nas traseiras de subúrbios assustadores, que cresceram como cogumelos para que contas bancárias fossem engordadas.
Por isto, e por muito mais, considero preferível olhar em frente do que comemorar o dia do regime.
Não percebo muito bem porque vem à baila o bom nome dos Depeche Mode nesta troca de galhardetes políticos. Grande banda, independentemente da posição perante Abril.
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